Seminário Maior realiza grande Semana Missionária em Dores e Capela
Apoiados por padres, religiosos e leigos, 42 seminaristas do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição iniciaram terça-feira, 3, na cidade de Nossa Senhora das Dores, com santa missa presidida por Dom Frei João Costa, Arcebispo Coadjutor, uma grande Semana Missionária, que também contempla a cidade de Capela.
Essa iniciativa se prolonga até o dia 16 de janeiro, tem o mesmo formato das missões populares
e é enriquecida com anúncios, pregações, palestras, instruções, formações, catequese querigmática e trabalhos comunitários. Trata-se de uma profunda experiência de comunidade que possibilita, aos missionários, visitas às famílias, aos doentes, além de creches, escolas, associações, e outras ações evangelizadoras, também nas comunidades rurais.
Sobre o objetivo da Semana Missionária, o padre Jânisson de Sá Santos, reitor do Seminário Maior, explica que diante do desafio de uma Nova Evangelização, essa iniciativa busca fazer o anúncio implícito e explicito da Pessoa de Jesus Cristo. “É fundamental motivar o compromisso com a comunidade, através da vivência concreta da fé e do segmento da proposta de Cristo”. Para os seminaristas, esse trabalho é, antes de tudo, formação e vivência da fé durante todas as fases da missão. No Documento de Aparecida estão elencados os cinco passos na formação do discípulo missionário: Encontro, conversão, discipulado, comunhão e missão.
Durante a Semana Missionária os seminaristas são acompanhados pelos padres Jânisson, Adriano Andrade dos Santos, Alan de Jesus e Arnaldo Francisco, e também pelo Irmão Alfonso, religioso do Verbo Divino.
O que é missão
“A Igreja peregrina é por sua natureza missionária, pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai” “AG 2). Ser missionária não é para a Igreja uma prerrogativa, um privilégio nem uma simples nota característica: é a sua própria razão de ser!
A missão não vem de nós. Somente a entendemos, quando olhamos para além de nós mesmos. A missão é uma resposta ao plano do Pai, que determinou a forma de realizar a salvação. É a continuação da missão do Filho, que chama todos os seres humanos para participarem das novas promessas e da nova herança. É a colaboração com o Espírito Santo, com cuja luz e força a Igreja pode realizar a sua missão.
A missão é um serviço ao reino de Deus, que na busca de fidelidade ao Espírito do Senhor procura recriar, no hoje da nossa história, a prática de Jesus. Porém, não é tanto um trabalho burocrático nem se esgota num fazer missionário, é uma presença amiga, amorosa, profética e critica capaz de manifestar o amor e a misericórdia de Deus na suas ações, palavras e testemunhos de vida. A missão exige uma capacidade de esvaziamento espiritual (Kênosis): a obra é de Deus, o protagonista da missão é o Espírito Santo, os missionários atuantes são apenas instrumentos nas mãos de Deus.
O Papa Francisco na Exortação apostólica Evangelii Gaudium nos ensina que: “Em todos os batizados, desde o primeiro ao último, atua a força santificadora do Espírito que impele a evangelizar. O povo de Deus é santo em virtude desta unção, que o torna infalível «in credendo», ou seja, ao crer, não pode enganar-se, ainda que não encontre palavras para explicar a sua fé. O Espírito guia-o na verdade e o conduz à salvação. Como parte do seu mistério de amor pela humanidade, Deus dota a totalidade dos fiéis com um instinto da fé – o sensus fidei – que os ajuda a discernir o que vem realmente de Deus. A presença do Espírito confere aos cristãos uma certa conaturalidade com as realidades divinas e uma sabedoria que lhes permite captá-las intuitivamente, embora não possuam os meios adequados para expressá-las com precisão” (Evangelii Gaudium, 119).
A partir desta citação o papa nos ensina que todos nós cristãos em virtude do batismo recebido se torna Discípulo-missionário de Jesus Cristo. Cada um dos batizados, independente da função que exercem na comunidade é um sujeito ativo de evangelização. Cada Cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Jesus Cristo. A ação evangelizadora deve conter sempre, como base, centro e cume de seu dinamismo, uma clara proclamação de que Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, se oferece para a salvação de todos os homens e mulheres (Cf. EN 27).
Será importante que os missionários se deixem guiar pelo Espírito Santo. Pois, sem o Espírito Santo, a colaboração do homem e da mulher na obra missionária não vale nada. “As técnicas de evangelização são boas; porém, nem as mais aperfeiçoadas poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. Sem ele, a dialética mais convincente nada consegue sobre o espírito dos homens. Sem ele, os esquemas mais bem estruturados sobre bases sociológicas ou psicológicas revelam-se depressa desprovidos de todo o valor” (EN 75). O Espírito Santo é a pessoa da Santíssima Trindade que dinamiza a Igreja, dá força à sua ação missionária no mundo. O missionário nada pode fazer sem o Espírito Santo. O sucesso está na unidade-colaboração com o Espírito Santo.
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