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Arquidiocese destaca legado de Dom José Vicente Távora, primeiro arcebispo metropolitano


A Arquidiocese de Aracaju reverencia a memória do seu primeiro arcebispo metropolitano, Dom José Vicente Távora. Uma santa missa pelos 48 anos do falecimento dele foi celebrada nesta terça-feira, dia 3, no Seminário Maior Nossa Senhora Conceição, sob a presidência do atual metropolita, Dom João José Costa, e concelebrada por vários sacerdotes. Ocasião bem oportuna para colocar em relevo as grandes marcas de um dos pastores mais admirados na história da Igreja, em Sergipe e no Brasil.

“Manifestamos nosso sentimento de gratidão a Deus pelo extraordinário ministério de Dom Távora, um pastor que doou a própria vida para testemunhar o Evangelho, um homem com profunda sensibilidade, especialmente para com os mais humildes”, observou Dom João Costa, que tinha 12 anos de idade quando Dom Távora partiu para a eternidade. O Arcebispo de Aracaju recordou que a criação, há 60 anos, da Cáritas Brasileira, organismo que ele preside, foi fruto dos grandes esforços de Dom Távora e de Dom Hélder Câmara.

Expressiva figura do episcopado brasileiro

Logo após a celebração eucarística, os padres Isaías Nascimento e José Lima Santana fizeram uma rica exposição sobre a vida e o ministério de Dom Távora. O padre Isaías, autor do livro “Dom Távora, o bispo dos operários”(2010), ressaltou que o primeiro arcebispo de Aracaju foi um homem além do seu tempo, uma das mais lúcidas e grandiosas figuras do episcopado brasileiro. Também destacou que “Dom Távora teve participação ativa em vários momentos da vida nacional, envidou esforços pela criação da CNBB, e esteve no Concílio Vaticano II e na Conferência de Medellín”.

Ministério fecundo

Pernambucano de Orobó, Dom Távora assumiu canonicamente a Arquidiocese de Aracaju em 22 de março de 1958, sucedendo Dom Fernando Gomes dos Santos. Seu fecundo e frutuoso governo pastoral foi interrompido precocemente em 3 de abril de 1970. O pastor que adotou como lema episcopal “Meu destino está em tuas mãos”, já combalido pelo diabetes e pela hipertensão arterial, não resistiu a um infarto de miocárdio. Faleceu aos 60 anos de idade deixando obras indeléveis em toda a Província Eclesiástica de Aracaju.

Incontáveis iniciativas estão incorporadas ao grande legado de Dom José Vicente Távora, a exemplo do SAME, a Rádio Cultura de Sergipe, o Colégio Arquidiocesano, a Casa da Empregada Doméstica/Casa Santa Zita. Entre as realizações do nosso primeiro arcebispo também se destaca a criação das Dioceses de Estância e Propriá. O pai dos empobrecidos, como ficou conhecido, dinamizou e ampliou o leque da ação evangelizadora da Igreja, contemplando os jovens, os trabalhadores rurais, os operários, as camadas sociais menos favorecidas.

Defensor da liberdade e da dignidade humana

“Esta minha posição firme, de guarda e pregador do Evangelho, não me dá direito de permanecer omisso diante de injustiças sociais, assim como não admito o ódio entre os homens e as classes. Acho que, entre os maiores bens que devemos defender, estão a liberdade e a pessoa humana, e devemos fazê-lo não por palavras, mas sim buscando condições para que possam afirmar-se numa sociedade organizada e justa”, disse Dom Távora ao jornal “A Cruzada”, na edição de 2 janeiro de 1960.

A Irmã Maria Eleonôra de Jesus Morais (Irmã Morais), religiosa da Congregação Santa Teresinha, assim define Dom Távora, em seu livro “Província Eclesiástica de Aracaju – Evangelizando para a vida” (2012): “Inteligente, culto, aberto aos ideais do progresso e bem-estar social, viveu na verdade a doutrina cristã, em expressão e profundidade. Era um homem estudioso e sensível aos proble­mas do homem na face da terra. (...) Nosso arcebispo vivendo imbuído da essência do pensamento social que brota do evangelho e da caridade de Deus, devotou à ação social objetivando mudança das estruturas da nossa sociedade. O pastor não se preparou tão somente para a vida espiritual de suas ovelhas revelou-se conhecer de uma economia e sociologia humanística, fundamental ao seu espírito de missão”.

Também são frutos do pastoreio de Dom José Távora a ordenação de onze presbíteros e a criação de dez paróquias.

Concelebraram a santa missa, desta terça-feira, os padres Jefferson Pinheiro, Pedro Vidal, Edilvan dos Santos Nascimento, José Lima Santana e Isaías Nascimento.

Durante a cerimônia, Dom João Costa exibiu um quadro com a imagem de Dom Távora, histórica pintura assinada pelo renomado artista Florival Santos, datada de 1966. A convite do arcebispo outras pessoas também tiveram a oportunidade de discorrer sobre a vida e a obra do homenageado, como Raimundinho Mello e as senhoras Carmem Machado e Livia Violeta Lima Martins.

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