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Santa Teresa D’Ávila, uma Doutora da Igreja


É sabido que o mundo está precisando cada vez mais de exemplos dignificantes, que possam ser imitados e seguidos. Outubro é também o mês de Santa Teresa D’Ávila, cuja comemoração transcorreu no dia 15. Eis uma santa mulher que inspira os cristãos católicos a caminhar com segurança nos caminhos de Jesus Cristo.

Teresa Ali Fatim Corella Sanchez de Cepeda y Ahumada, nasceu em Ávila, Espanha, a 28 de março de 1515. Filha de Alonso Sanches de Cepeda e Beatriz D’Ávila e Ahumada. Teve educação esmerada e muito cuidada pelos pais. Gostava de ler histórias de santos, chegando a fugir de casa com seu irmão para dar a vida por Cristo tentando evangelizar os mouros, que ainda viviam na península ibérica.

A mãe de Teresa faleceu quando ela tinha 14 anos. Então, seu pai a levou para estudar no Convento das Agostinianas de Ávila. Quando leu as “Cartas” de São Jerônimo, disse a seu pai que queria se tornar religiosa. Seu pai não concordou, mas, com 20 anos, ela “fugiu” de casa para o Convento Carmelita de Encarnacíon, em Ávila. Viveu no Convento da Encarnação, mas, ficando muito doente por 3 anos, seu pai a tirou do convento para ser tratada.

Praticando a oração mental seguida pelo livro, “O terceiro alfabeto espiritual”, do padre Francisco de Osuna, recuperou sua saúde e retornou ao Carmelo. Com muita amabilidade e caridade, conquistava a todos conversando no locutório do Carmelo.

Após 25 anos no Carmelo, ela pediu permissão ao provincial, padre Gregório Fernandez, para fundar novas casas, com uma vida mais austera e com menos irmãs, visto que onde ela morava havia mais de duzentas freiras.

Apesar da maioria ter sido contra, Santa Teresa continuou com sua laboriosa missão fundando várias casas, com o apoio de 2 frades carmelitas, o superior Antonio de Jesus de Heredia, e Juan de Yepes, (São João da Cruz).

Conseguiu depois de muita luta, a autorização de Roma para separar a ordem das carmelitas descalças, (por usarem roupas rasgadas e sandálias ao invés de sapatos e hábitos), das carmelitas calçadas, ordem a que pertenciam.

Deixou a cargo de São João da Cruz a missão de continuar fundando novos conventos, escrevendo ele, também a pedido de Santa Teresa, as regras para os mosteiros masculinos. Ela realizou uma grande reforma na Ordem das Carmelitas Descalças.

Fundou vários conventos (32 mosteiros, 17 femininos e 15 masculinos), com uma rígida forma de vida, trabalho e silêncio. Santa Teresa foi reconhecida como sendo muito inteligente, e deixou várias obras escritas, como o “Livro da Vida”, o “Caminho da Perfeição”, “Moradas e Fundações”, dentre outros.

Com uma forte doutrina que dirige a alma até uma aproximação espiritual com Deus, no centro do Castelo Interior, com base na espiritualidade carmelita, que são os quatro degraus da oração: o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, Santa Teresa deixou um legado espiritual que a Igreja reconhece e reverencia.

Um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que é comemorado pelo Carmelo com a festa da Transverberação do coração de Santa Teresa, no dia 27 de agosto. Ela tinha o dom de predizer o futuro e de ler as consciências das pessoas. Oito anos antes de morrer, foi-lhe revelada a hora de sua morte, aumentando mais ainda o seu amor a Deus e às orações.

Depois de uma viagem para encontrar-se com a Duquesa Maria Henriques, Santa Teresa ficou de cama por 3 dias, pois estava bastante debilitada, e disse à Beata Ana de São Bartolomeu: “Finalmente, minha filha, chegou a hora da minha morte”. E na hora de sua morte ela disse: “Oh, senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face.”

Santa Teresa morreu no dia 4 de outubro de 1582, aos 67 anos. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde estão suas relíquias. Depois de sua morte e até os dias de hoje, seu corpo exala um perfume de rosas, e se conserva intacto, ou seja, incorruptível. Seu coração conservado em um relicário, em Alba, na igreja das Carmelitas, tem uma profunda ferida, de quando foi marcado pelo anjo.

A santa de Ávila foi canonizada no dia 27 de setembro de 1970, pelo Papa Paulo Vl, que lhe conferiu, merecidamente, o título de Doutora da Igreja.

Dentre os ensinamentos de Santa Teresa D’Ávila, este pensamento ficou célebre: “Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta”.

A fé demonstrada e exercitada de Santa Teresa D’Ávila no Criador de todas as coisas inspira-nos a recepcionar a Palavra de Deus no nosso coração e na nossa mente. Ela, serva do Evangelho de Cristo, mostra-nos o caminho da servidão com amor e pelo amor. A sua vida deixou-nos um rastro de luz. Enfim, ela nos ensinou a rezar com fé e confiança, sem jamais duvidar da bondade e da misericórdia de Deus. Ela também nos ensinou que a oração é a porta de nossa conversão e santificação, a chave de ouro que nos abrirá as portas do Céu, como rezamos na oração a Santa Teresa.

Nestes dias tão conturbados que estamos vivendo no Brasil, saibamos ter as virtudes da paciência, da esperança e da firmeza de Santa Teresa D’Ávila, para que possamos não ter medo de enfrentar a vida, lutando sempre pelo bem comum, especialmente pelo atendimento aos mais pobres, que são os que mais sofrem e, por isso mesmo, merecem maior proteção da parte de Jesus Cristo, nosso Salvador.

Que a paz do coração de Santa Teresa possa estar conosco, possa pairar sobre todo o Brasil, a fim de que o ódio e a divisão entre as pessoas não triunfem jamais. Que a reconciliação de todos os brasileiros seja o caminho para a harmonia da sociedade em nome do Senhor Jesus.


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