Educar para a paz – um compromisso sempre atual
Como transformar valores da Cultura de Paz em realidade na vida cotidiana?

A paz, entendida como respeito e compreensão entre os homens, como promoção dos direitos humanos e cristãos, da justiça, como desenvolvimento da liberdade e superação de todo tipo de violência, é hoje um valor pelo qual deveremos nos empenhar. E neste sentido, a promoção da paz se torna uma urgência educativa. É preciso desenvolver nos jovens, desde a pequena infância, a consciência dos cuidados com as mulheres, crianças, idosos, pais, filhos, comunidade, natureza, seres vivos e também com eles próprios.
Para todos os sistemas educativos este é um desafio inevitável. A ação pedagógica tem de responder a estas instâncias, pois as relações que desenvolvemos no espaço escolar também corroboram para o desenvolvimento de atitudes interpessoais que em maior ou menor impacto, influenciam na dinâmica das relações sociais. "O vínculo é sempre um vínculo social, mesmo sendo com uma só pessoa; através da relação com essa pessoa repete-se uma história de vínculos determinados em um tempo e em espaços determinados." (PINCHON-RIVIÈRE)².
Na escola, todos os seus integrantes devem ter como objetivos principais o conhecimento e a construção de valores consistentes para a vida. Não podemos nos deter apenas na transmissão de conteúdos. Educar para paz ecoará nas gerações futuras, porque os jovens aprendem a viver juntos e a estar em um clima de fraternidade nas escolas (assim deveria ser em todas elas!). O aluno que está a nossa frente, depende de nós, adultos (Pai, Mãe e Educadores) para desenvolver-se de forma integral, tanto intelectual como socialmente. Para ele, as relações estabelecidas entre os colegas e os educadores serão de grande importância neste processo, pois nessa experiência coletiva que é a vida escolar, crianças e adolescentes aprendem a dialogar, a compreender o outro como irmão, mas que é diferente deles, entendendo o respeito como um valor construído diariamente nas relações cotidianas.
Um dos caminhos para uma Cultura de Paz é a escuta ativa. O mundo, as famílias e a sociedade estão carentes de escutas e diálogos. E justamente esta foi a proposta da ESTREIA de 2018 do Reitor-Mor, P. Angel Fernández Artime: “cultivemos a arte de escutar e acompanhar”. O objetivo é crescer juntos: escola - família - sociedade, através do diálogo, da vivência, da visão de mundo e a razão dos outros. Nossa missão, enquanto escola salesiana, é promover a educação integral dos alunos oferecendo os valores compatíveis com os que as famílias adotam no campo da ética, do afeto, do respeito, da solidariedade, do humanismo, da fé e do amor.
Assim, nas palavras do Reitor-Mor: “daremos passos muito mais significativos, meus caros irmãos e irmãs, quando realmente nos convencermos de que, mais importante do que aquilo que fazemos é o que somos e quem somos”. Na missão de educar evangelizando visando homens de bem, é preciso seguir firme para que os jovens entendam que mais do que ter, é ser; e que, no encontro com o outro, o que não os deixa indiferentes: saber escutar.
¹ Coordenadora Geral Pedagógica do Colégio Salesiano Aracaju.
² Teoria do vínculo - Pichon-Rivière, Enrique, 1986. Tradução Eliane Toscano Zamikhouwsky - p. 31.