A missão e os desafios dos bons samaritanos, em Aracaju

A cada 10 dias, um grupo de trinta voluntários percorre as ruas do centro de Aracaju para reproduzir o gesto do bom samaritano, ao confrontar-se com a dura realidade de pobreza: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc. 10, 33-34). Formado por integrantes da Pastoral do Povo da Rua e do Terço dos Homens da paróquia São Pedro Pescador, no Bairro Industrial, esse grupo vivencia, há cerca de dois anos, o lema proposto pela Igreja para a Campanha da Fraternidade 2020.
Trata-se de uma ação solidária que vai além da distribuição de sopa, pães, café, suco e roupas. Periodicamente, a paróquia São Pedro Pescador proporciona aos irmãos em situação de vulnerabilidade social assistência médica, odontológica e psicológica, e ainda o corte de cabelo e barba. Dois banheiros destinados a essas pessoas acabam de ser construídos pela paróquia.
Apoiados e incentivados pelo padre Anderson Gomes (pároco), esses bons samaritanos também não medem esforços no sentido de viabilizar o atendimento de doentes nos hospitais e unidades de saúde da rede pública da capital. São comuns os casos de encaminhamentos para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Prefeitura de Aracaju.
Vários outros grupos de voluntários, na Arquidiocese de Aracaju, estão unidos em torno das necessidades materiais e espirituais de pessoas que fazem das ruas e praças da cidade sua moradia. Os moradores de rua são, geralmente, imigrantes que deixam o interior de Sergipe ou cidades de outros estados, em busca de assistência médica ou emprego em Aracaju.
Segundo Marcos Corrêa, que coordena a Pastoral do Povo da Rua, muitos desses irmãos acabam perdendo suas referências. Não têm como comunicar-se com a família, não possuem endereço fixo, não conseguem emprego nem documentos, não têm onde guardar seus pertences. Perdem a identidade e até o próprio nome.
Com informações e fotos da Pastoral do Povo de Rua (Arquidiocese de Aracaju)