A Missa

Por incrível que pareça, ao longo do tempo percebe-se um bom número de católicos que parece não "gostar" de missa. Gente que se crisma, gente que batiza filhos e afilhados, gente que até pede o Sacramento do Matrimônio e até, mais incrível ainda, gente que está em segmentos pastorais e não é assídua às missas, ao menos aos Domingos.
Pergunto se pode ser pela estrutura das cerimônias... se é pelo presidente das celebrações ou se é mesmo por falta de entendimento.
1. Cerimônias: as liturgias Eucarísticas podem ser meio cansativas, pessoalmente não tiro algumas razões! Sempre busco fazê-las de modo sóbrio e objetivo, como manda o rito romano, nada de muito adorno, muito menos de invenções. Mesmo em dias festivos procuro não ultrapassar a faixa de uma hora e meia, o que me parece bastante razoável;
2. Presidente (s): verdade é que quem preside deve estar atento para não fatigar as pessoas que participam, para atualizar a Palavra, para envolver toda comunidade à medida do possível e cuidar da comunicação. Claro que deve se ater à mensagem da própria liturgia do momento e não falar coisas que destonam, aplicar de modo concreto e real a Palavra de Deus sem querer meramente "agradar, nem também "agredir" ninguém. Porém sem subtrair o que Deus quer falar-nos. Claro que isso pode incomodar alguns que talvez queiram uma "Palavra meio poética" ou até mesmo uma espécie de "mensagem religiosa meio que romântica". Isso jamais!!!
3. Entendimento: é preciso que lembremos ou aprendamos que a missa é a Eucaristia de Jesus. Memória da sua Páscoa e que toda vez que tomamos parte nela estamos atualizando em nossas vidas o Mistério da Redenção.
Quanto mais participamos da missa com atenção e rezando, de fato, mais assimilamos o Cristo Pascal em nós, seja pela Palavra, seja pelo " Pão Partilhado" que nos alimenta na Comunhão com Deus e os irmãos ( Comunidade ), seja pelas orações de cada liturgia. Por isso que a Eucaristia é a Maior Oração, nos impulsionando a termos uma vida orante pessoal e coletivamente.
A Eucaristia deve aos poucos nos fazer íntimos de Cristo tendo em nós sua mentalidade, o seu ser e o seu agir. Se isto não ocorrer, aí sim, torna-se somente uma cerimônia enfadonha.
A catequese para a primeira comunhão, para a crisma e também para o batismo deve incutir essa realidade nas pessoas. E estarmos atentos para a percepção de caso não ocorra tal compreensão, não ministrarmos os sacramentos a essas pessoas, ao menos enquanto não se despertarem.
Igreja cheia é agradável e bom, se for para qualificar a fé. Se não, melhor não nos preocuparmos com isso!
Tem gente que vai à missa por mera satisfação social, outros por mero preceito e outros ainda para uma espécie de " marcar ponto".
Precisamos ajudar no despertar desses irmãos. Tarefa não só dos Padres, mas de todos que evangelizamos como Igreja e com a Igreja.
Pe. Manoel Barbosa Santos é pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida (Bairro Farolândia).