A vontade de Deus: que sejamos todos irmãos

Diante da Sagrada Escritura compreende-se a relevância do Sacramento do Batismo, uma vez que o próprio Jesus Cristo recebeu o Batismo no Jordão. Muitas pessoas procuravam João Batista nas águas desse rio em busca deste Batismo que marcava o início de uma mudança de vida, deixando de lado o compromisso com o pecado e estabelecendo aliança com a graça de Deus. Assim, compreende-se que Jesus não precisava ser batizado, pois é Ele mesmo a plenitude de toda manifestação de Deus. Mas então, o que fez com que Jesus entrasse nesta fila para receber o Batismo das mãos de João? A presença dos pecadores.
Guiada pelo Espírito, a alma pode ver o que se passou no coração de Jesus transbordando de compaixão e de alegria ao ver aquelas pessoas reunidas e contritas, arrependidas das más ações cometidas no passado. Jesus se alegrou ao ver que procuravam Deus. Jesus bem sabia que o mistério da Encarnação visava a salvação da humanidade. O Pai envia o Filho para salvar. O Pai envia o Filho para que não nos percamos. O Filho, Jesus Cristo, é o Caminho, a Verdade e a Vida. Jesus entra nas filas da nossa vida, nas filas da tristeza, da intriga para fazer conosco a passagem para a alegria e a comunhão. Jesus liberta dos laços da morte que derivam do pecado, dando-nos a graça da vida nova. (cf. Jo 14,6)
O Evangelho de Lucas afirma que os céus se abriram enquanto Jesus estava rezando e é exatamente o que acontece quando rezamos diante de quaisquer situações. O céu se abre quando o coração reza manifestando este desejo de Deus, a vontade de estar com Ele e de abraçá-Lo. Fomos criados para amá-Lo e não há paz enquanto o coração não repousa nas mãos misericordiosas de Deus, que se alegra quando enxerga um coração que reza. Em oração nós extraímos os mais belos sorrisos de Deus, pois Ele salta de alegria ao ver um coração todo iluminado e cheio de fé, de esperança e de caridade. (Lc. 3,21)
Sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, renovamos a graça do santo Batismo, agradecendo a Deus pelos pais e padrinhos que transmitiram a fé. O Batismo nos torna filhos e filhas de Deus. Somos partes integrantes desta imensa família divina e, por isso, o Batismo é o Sacramento da fraternidade que faz rezar por toda a humanidade, tornando a oração concreta, encarnada neste hoje que tanto precisa da bênção divina. O Batismo marca o início da vida pública de Jesus Cristo e, portanto, é o Sacramento da missão. Missionários e Missionárias somos todos nós, quando a oração nos torna sensíveis, cheios de compaixão, somente assim lançamos as sementes da fraternidade sobre as pessoas e redescobrimos a vontade de Deus: que sejamos “Todos Irmãos”.
Pe. João Claudio é pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida (Farolândia, Aracaju)