top of page

Jesus Cristo está lapidando o meu coração



O evangelho segundo Mateus, apresenta as seguintes palavras de Jesus: “Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mateus 16,18). As palavras dirigidas ao apóstolo Pedro continuam ressoando através dos séculos como sopro do Espírito Santo, chamando outros apóstolos, a exemplo de São João Paulo II, de Bento XVI e Papa Francisco. Escolhidos por Jesus, eles formam esta pedra preciosa sobre a qual a Santa Igreja permanece edificada ao longo de toda a sua caminhada.


A Sagrada Escritura não é um livro de super-heróis, e não se preocupa em apresentar seres humanos perfeitos, mas relata a obra de Deus realizada no coração das pessoas. A Bíblia não esconde o passado violento de Saulo, nem as imperfeições do evangelista Mateus, e nem as do apóstolo Pedro. Contudo, a Sagrada Escritura, precisamente o Novo Testamento, acentua o encontro decisivo com Jesus, que marca o antes e o depois, por exemplo: a transformação de Saulo perseguidor para o Paulo anunciador da Palavra; a transformação de Mateus desonesto na coletoria de impostos, para redigir a Boa Nova; a transformação de Pedro oscilante, naquele que por Jesus derramou o seu próprio sangue. (Mateus 9,9 ss.; Atos 9,4 ss.; Marcos 14,66-72)


Existem muitas características em comum entre Mateus, Paulo e Pedro, mas salta diante dos olhos, o fato de que foram pedras brutas lapidadas por Jesus. As pedras preciosas não são encontradas prontas nos pontos comerciais das cidades. O trabalho para encontrá-las é grandioso e extenuante. Não é uma tarefa para todos, mas somente para os corações dispostos a entregar a vida como Jesus. Descobrir as pérolas preciosas, implica colocar pés e mãos na lama. E uma vez encontradas, inicia-se o trabalho delicado que consiste em lapidá-las, ou seja, cortá-las, retirando os excessos para que resplandeça em todo seu esplendor.


O evangelista Mateus foi lapidado seguindo os passos de Jesus. O apóstolo Paulo foi lapidado ao longo dos naufrágios e das prisões sofridas em nome do Evangelho. O apóstolo Pedro foi lapidado até o momento do seu martírio. Nenhuma dificuldade foi capaz de afastar Paulo de Jesus. Paulo não era mais capaz de viver sem Jesus, verdadeiro sentido de toda sua existência. A união inquebrantável entre Paulo e Jesus permanece referida na Escritura Sagrada: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude d’Aquele que nos amou”. (Romanos 8,35.37)


E Pedro? Não o esqueçamos. Lapidado até o martírio, declarou o seu amor a Cristo. E quando estava prestes a ser crucificado, pediu aos seus algozes que colocassem a sua cruz de cabeça para baixo, pois não se reconheceu digno de morrer como Jesus, que iluminou a sua história com a luz da misericórdia.


Santa Teresinha foi lapidada pela graça divina que brota das mãos de Jesus. Através da Pequena Via, caminho da simplicidade, Teresinha colocou-se à disposição de Jesus, na Igreja, rezando pelo Papa, pelos sacerdotes e missionários.


Deixar-se lapidar por Jesus, sob a intercessão de Santa Teresinha, significa trilhar a Pequena Via do serviço, e da doação fraterna e generosa aos irmãos. Com Santa Teresinha, rezemos: Jesus Cristo está lapidando o meu coração.


Pe. João Claudio é pároco da paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (Bairro Robalo, Aracaju)

bottom of page