Jesus, ensina-me a caminhar na fé e na partilha

O Espírito Santo conduz a nossa oração, de modo que enxergamos a Casa Sagrada de Nazaré, na qual viveram Jesus, Maria e José. Eram tempos duros e cheios de incertezas quanto ao amanhã. O desemprego, fome e desespero, faziam com que as pessoas procurassem aquela Casa, sinônimo de acolhida, de palavra amiga, de conforto para o coração e também de um bom pedaço de pão.
Os frutos do trabalho de José, sob a orientação de Maria e a benção de Jesus eram abundantes, e saciavam as pessoas conhecidas, e desconhecidas. Esta imagem, constante na vida da Sagrada Família, fica gravada para sempre no Coração de Jesus, que exclama: “Os meus pais são pessoas de fé”.
A vida familiar de Jesus, ilumina a missão desenvolvida com os discípulos, de tal forma que mesmo depois de um dia cansativo, não opta por mandar a multidão embora de mãos e barriga vazias. Certamente, Jesus pensou: “Os meus pais jamais fariam isso, mas pelo contrário, pediriam que se sentassem”. Diante de tal memória, Jesus não hesitou e ordenou aos seus discípulos: “Digam para o povo se sentar” (João 6,10).
O milagre da partilha presenciado tantas vezes por Jesus no Lar Sagrado de Nazaré, acontece mais uma vez diante dos olhos das pessoas que seguem os passos do Filho de Deus, que se encarnou no Coração Imaculado de Maria, para redimir toda humanidade.
As obras de amor, de caridade, sempre foram constantes na Família de Nazaré e na missão desempenhada por Jesus e os seus discípulos. Não pode haver um hiato entre fé e obras.
A fé autêntica não pode ser reduzida a sentimentalismos e pontos de vista, nem mesmo ao meu modo de compreender Jesus. As obras que marcam a missão de Jesus com os discípulos não visam aplausos e holofotes. Jesus não está em busca de likes ou curtidas. Tudo aquilo que Jesus realiza é para que amadureçamos na fé.
A fé ultrapassa o sentimento, e se transforma em compromisso. A fé se desloca do interesse momentâneo, e se transforma em adesão constante do coração. A fé genuína faz com que permaneçamos com Jesus no Calvário das dificuldades e incompreensões, pois a luz da Ressurreição mostrará novas direções, que iluminarão a vida, e consequentemente, a família.
Jesus saciou o coração das pessoas, partilhando o pão da fé, da esperança e do perdão. Tudo o que lemos no capítulo 6 do Evangelho de João, deriva da partilha de tão pouco, de cinco pães e dois peixes (Jo 6,9). Não tenha medo de colocar o que você tem nas mãos de Jesus. As doses diárias de oração, de boa escuta da Palavra Sagrada, da récita do Terço, realizam mais do que imaginamos: abrem o coração e as mãos para aprender a partilhar. Com Maria, a Santa Mãe Aparecida, rezemos: “Jesus, ensina-me a caminhar na fé e na partilha”.
Pe. João Claudio é pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida (Bairro Farolândia, Aracaju)