Missa de Cinzas e abertura da Campanha da Fraternidade 2023

Em comunhão com toda a Igreja, a Arquidiocese de Aracaju iniciou, nesta Quarta-feira de Cinzas, 22, sua caminhada penitencial para a grande festa da Páscoa. O período quaresmal, que dura 40 dias, se prolonga até o Domingo de Ramos, 2 de abril. Na paróquia São José (Praça Tobias Barreto), a Santa Missa foi presidida pelo arcebispo metropolitano, dom João José Costa, e concelebrada pelos padres Jadilson Andrade (pároco) e Aélio Nascimento (vigário paroquial).
Caminho de luta e combate espiritual
O tempo da Quaresma, enfatizou dom João, “é caminho de luta e combate espiritual para bem celebrarmos, com o coração dilatado, a Páscoa do Senhor, maior de todas as festas cristãs”. O arcebispo exortou a todos no sentido de "usar como armas de combate a oração, a penitência e a esmola do amor fraterno para que, ao final do caminho, sejamos mais conformes à imagem bendita do Cristo Jesus ressuscitado, nosso Senhor e Deus, vencedor do Maligno e da morte, a quem seja a glória pelos séculos".
Abertura da Campanha da Fraternidade 2023
Como de costume, a Missa de Cinzas também marcou a abertura da Campanha da Fraternidade 2023, no âmbito da Igreja particular de Aracaju. A edição deste ano propõe como tema “Fraternidade e Fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
Na homilia, o arcebispo afirmou que a fome é um clamor que chega ao céu e que precisa chegar também aos corações que se tornam necessitados de conversão. “É urgente sensibilizar os cristãos para que: consigam olhar para o outro e se compadecer; sejam capazes de questionar as estruturas injustas da sociedade; sejam desapegados dos bens materiais e capazes de doar solidariedade o que tem”, asseverou.
Objetivos da campanha
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.
Esses são os objetivos específicos da CF 2023, que, segundo dom João Costa, devem ser materializados em todas as comunidades paroquiais da Arquidiocese:
- Compreender a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo;
- Desvelar as causas estruturais da fome no Brasil;
- Indicar as contradições de uma economia que mata pela fome;
- Aprofundar o conhecimento e a compreensão das exigências
evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome;
- Acolher o imperativo da Palavra de Deus, que nos conduz ao
compromisso e à corresponsabilidade fraterna;
- Investir esforços concretos em iniciativas individuais,
comunitárias e sociais que levem à superação da miséria e da fome
no Brasil;
- Estimular iniciativas de agricultura familiar agroecológica e a
produção de alimentos saudáveis;
- Reconhecer e fomentar iniciativas conjuntas entre comunidade
de fé e outras instituições da sociedade civil organizada;
- Mobilizar a sociedade para que haja uma sólida política de
alimentação no Brasil, garantindo que todos tenham vida.
Aprofundamento do tema
O tema da Campanha da Fraternidade também será aprofundado em um Seminário Arquidiocesano, agendado para este domingo, 26, das 8h às 12h, no auditório da paróquia São José. Dentro do método “ver, julgar e agir”, haverá reflexões com a equipe de Campanhas, o padre Jadilson Andrade (assistente eclesiástico da equipe de Campanhas), e o padre José Dácio dos Santos (coordenador arquidiocesano de Pastoral).
Encenação sobre o flagelo da fome
A realidade de fome, flagelo que se abate sobre milhões de famílias, foi ainda retratada em uma encenação teatral produzida pelo grupo de teatro de São Cristóvão-SE.
Fotos: Rafael Santos e Carlos Barbosa