Mutirão social contempla cerca de 500 pessoas em situação de rua, na paróquia São Pedro Pescador

A paróquia São Pedro Pescador, no bairro Industrial, comemora os excelentes resultados do 1º Mutirão PopRua JudAju, realizado na quinta-feira, 17 de agosto. Cerca de 500 pessoas em situação de rua foram contempladas por serviços como regularização de documentação, assistência judiciária, assistência social, alimentação, corte de cabelo e assistência de saúde.
O mutirão foi uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, em Sergipe, foi organizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (TRT20). “Todos os serviços oferecidos são em cumprimento à Resolução 425/2021 do CNJ, que instituiu a Política Nacional de Atenção às Pessoas em Situação de Rua”, explicou o desembargador Thenisson Santana Dória, do TRT20.

Antes do mutirão, foi realizada uma campanha de arrecadação de roupas e kits de higiene pessoal para serem distribuídos hoje. Também foi servida alimentação.
O Poder Judiciário de Sergipe participou da ação por meio da Corregedoria-Geral da Justiça e Comitê Multinível, Multissetorial e Interinstitucional para a Promoção de Políticas Públicas Judiciais de Atenção às Pessoas em Situação de Rua.
Através da Corregedoria, o Tribunal de Justiça emitiu, para quem precisava, a segunda via de certidão de nascimento, documento necessário para solicitar a carteira de identidade, CPF, inscrever-se no CadÚnico, receber benefícios do INSS. Também foram proporcionados serviços de higiene e alimentação.

A comentar sobre a importância dessa iniciativa, a desembargadora Ana Bernadete Leite de Carvalho Andrade, corregedora-geral da Justiça, disse que o Judiciário aproxima-se ainda mais da população em situações como a de hoje. “Historicamente, o papel do Poder Judiciário é o de distribuir justiça, mas dentro dos gabinetes. Hoje, o Poder Judiciário tem uma nova visão, aproximando-se da população mais vulnerável, que tem dificuldades de acesso aos seus direitos constitucionais. O Judiciário sai em busca dessas pessoas para concretizar a efetivação desses direitos. É nossa contribuição no sentido de protagonizar ações sociais”, acrescentou a desembargadora.

A previsão inicial dos organizadores do mutirão era receber 150 pessoas, mas cerca de 500 pessoas em situação de rua acabaram sendo atendidas no mutirão. Uma delas foi o serralheiro de mármore Olívio Oliveira Barreto Filho. Natural de Aracaju e desempregado há mais de um ano, ele acabou ficando sem casa após a separação. Dormindo nas ruas da capital, teve a mochila roubada e perdeu a carteira de identidade. Somente com a certidão de nascimento em mãos, Olívio procurou o mutirão justamente para solicitar o RG.

O Anderson Gomes, pároco da paróquia São Pedro Pescador, participou da abertura do evento. Segundo ele, “acolher, ouvir, discernir e interagir são os verbos que devemos fazer acontecer. Essa ação é a mais pura ideia da justiça social, do Papa Francisco”.
Também participaram do mutirão o Ministério Público, Defensoria, Advocacia-Geral da União, Secretaria de Segurança Pública, Pastoral do Povo de Rua, Centro Pop, Banho para todos, entre outros.

Com informações e fotos do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJ-SE)