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O Jubileu dos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha (1873-2023)



A Santa Igreja peregrina sobre toda face da terra possui um imenso jardim repleto das mais belas flores nas quais sentimos o perfume suave de Jesus, fonte inesgotável de santidade. Dentre estas flores, encontra-se aquela chamada Teresinha do Menino Jesus, modelo desafiador das virtudes cristãs.


A humildade que caracterizou a vida e a missão de Jesus é uma das virtudes constantes na vida desta jovem religiosa que escolheu o diminutivo para seu nome com a finalidade de manter sempre diante dos olhos o testemunho de João Batista, que diz: “É necessário que Ele [o Cristo] cresça e eu diminua” (João 3, 30). O sobrenome religioso de Teresinha revela seu desejo de pertencer unicamente ao Menino Jesus.


Em seus escritos, a jovem religiosa expõe todo seu projeto de vida que consiste na infância espiritual, compreendida como aquela aliança de amor e confiança que entrelaça o coração dos pais e filhos. A infância nos escritos de Teresinha, não pode ser vista como falta de zelo com o sacro, mas como a certeza de que somos cuidados com todos os gestos amorosos de Deus que nos acompanha em cada momento da vida.


A infância espiritual é o sinônimo da certeza de que Deus é Amor (1 João. 4, 8). A infância descrita por Teresinha é nutrida pela declaração amorosa de Deus através do profeta Isaías: “Pode a mãe se esquecer do seu bebê? Pode a mãe deixar de ter amor pelo filho do seu ventre? Ainda que ela se esqueça, eu jamais esquecerei você” (49, 15).


Da mesma forma que a criança se sente confortável, protegida e amada na companhia dos pais, a vida de Teresinha é um apelo para que busquemos os braços de Deus e nos deixemos conduzir por Ele com a mesma confiança das crianças, para as quais não importa para onde irão e o que farão, mas tão somente a companhia de Deus, Pai amoroso.


A virtude da confiança, tão presente na vida de Teresinha mostra o coração da religiosa fecundado pela Palavra divina exposta pelo profeta Jeremias: “Bendito o ser humano que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor” (17, 7).


A vida de Teresinha não foi isenta de espinhos, contudo, a jovem religiosa sempre encontrou fortaleza nas palavras de Jesus Cristo, descritas por João: “[...] tenham paz em mim. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem [e confiança]: Eu venci o mundo” (16, 33).


A sensibilidade missionária marcou fortemente toda trajetória de Teresinha. Sob a intercessão de Maria Santíssima, que percorreu a região montanhosa da Judeia para cuidar de Isabel, Santa Teresinha não mediu esforços, indo além da debilidade física e oferecendo seus sofrimentos pelas missões e anúncio da Palavra.


Em seus escritos, Santa Teresinha, declarada padroeira das missões no ano de 1927 pelo Papa Pio XI, expõe o núcleo do seu projeto de espiritualidade missionária: “Vim para salvar almas e, principalmente, para rezar pelos sacerdotes”. Assim, Teresinha permanece em oração constante por todas as pessoas que anunciam o Evangelho de Jesus, fonte da graça divina e da salvação.


O mundo criado por Deus, não pode prescindir da Palavra divina. A Palavra Sagrada é a bússola que orienta ao longo da vida. De tal modo que abrir mão da Palavra de Deus, implica dizer não aos seus projetos de salvação, querendo impedi-Lo de escrever as rotas da história de cada pessoa humana e do convívio social.


Afastar-se da Palavra significa abandonar a vocação basilar de toda pessoa humana, contrariando os sonhos de Deus descritos no Levítico (20,7): “Santificai-vos, e sede santos, porque eu sou o Senhor, vosso Deus”.


O ano santo de 2023 marca o jubileu dos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha. Este ano teresiano é ocasião especial para a redescoberta das virtudes da Santa das missões, que aponta para a vocação central de cada pessoa humana na sociedade e na Igreja de Jesus, afirmando: "No coração da Igreja serei o amor".


Pe. João Claudio da Conceição, pároco da paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (Robalo).

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