Obrigado, Padre Luís Lemper!
Pe. Anderson Gomes

Padre Luís Lemper. O que dizer? Tive oportunidade de conhecê-lo. E isso me fez bem. Ajudou-me a ser o padre que sou. Nada sou. Certamente, nossa Arquidiocese deve ser muito grata a Deus por esse dom que foi sua vida nestas terras do Sergipe, precisamente na zona sul de Aracaju.
Como pode? Padre Luís foi pároco, por muito tempo, de praticamente toda uma região pastoral. Poderíamos dizer: outro tempo. Sim, verdade. Ousaria dizer: outra audácia. Outro empenho missionário. Precisamos ousar em Cristo!
A Nova Evangelização, de que tanto falou o Papa Emérito Bento XVI, e de que tanto fala o Papa Francisco, encontrou lugar no coração do Padre Luís. E ele indo, veio, chegou e marcou. Não ele, Cristo nele. Nós resistimos à Nova Evangelização.
É tempo de sonhar! Sonhemos. Somos resistentes em lançar as redes. Hoje, rezando e fazendo memória pela vida do padre Lemper, quero repetir aquele refrão: “o anseio de lançar as redes queremos oferecer. O medo das águas profundas queremos oferecer... o esforço de nossas labutas queremos oferecer...O nosso vacilante sim, queremos oferecer...”. Ele ofereceu e se ofereceu, e se lançou.
Da Alemanha para Aracaju. De Aracaju para Alemanha. EVANGELII NUNTIANDI. EVANGELII GAUDIUM. Foi a vida do padre Luís. Resumo de sua vida. E eu quero agradecer, como Igreja, por sua vida, padre Luís! Não é frenesi. É coisa do Espírito. Fogo que lava, que purifica, que envia... Ide profetizar, ide, ide, ide. O povo está cansado de mentiras, de ilusões. Como diz o Frei Cantalamessa, sofre de delírio de onipotência. Vivemos nesse delírio. Pobres de nós. Pois bem, sei que nosso padre Luís teve seus limites. Mas não quero falar disso.
Peço a Misericórdia Divina que o lave, o purifique no Amor. Eu, um dia, precisarei deste banho de Vida. Precisarei ser lavado. Todos nós. Hoje, quero rezar e agradecer por aquilo que ele foi e por tudo que fez nesta Arquidiocese de Aracaju. Deus sabe todas as coisas.
Lembro-me que, quando o padre Genário, nosso Vigário Geral, foi nomeado para ser o pároco da paróquia Bom Jesus dos Navegantes, na Atalaia, ele me pediu para fazer uma Celebração da Palavra nessa comunidade, E lá fui eu, um jovem seminarista. Cheio de sonhos. Encantado com Jesus. E, quando chegue à Igreja, lá estava o padre Luís, sentado na assembleia. Levei um susto. Confesso. E fui falar-lhe, pedi que ele celebrasse. Ele disse: não, meu filho! Você precisa aprender a anunciar. Anuncie sem medo. Eu já fiz muito. Hoje quero rezar com você. Meu Deus! Memória de Salvação. Outra vez, fazendo pastoral o com padre Genivaldo Garcia, na Jesus Ressuscitado, padre Luís chegou e concelebrou e depois pedi para se confessar com ele. Conselhos para a vida ele me deu. Homem maduro na fé. Humano. Firme.
E termino com aquele 2010, na ocasião em que a nossa Arquidiocese estava celebrando o centenário de criação da Diocese, e teve o Congresso Eucarístico no Batistão. Foram divinos todos aqueles eventos. No Seminário Maior, ficaram hospedados alguns bispos, dentre eles Dom João Maria Messi, que foi nosso Auxiliar. Ele pediu para ir visitar alguns padres. E fui com ele, além de Dom Jaime, Bispo Emérito de Alagoinhas. Um santo. Santos ao pé da porta. GAUDETE ET EXSULTATE. E lá fui eu com eles. Visitamos o padre Luís Lemper, o Cônego Raimundo Cruz e o Frei Miguel. Meu Deus, como fui privilegiado! Esses homens deram a vida pelo Evangelho. Lembro da face de cada um naqueles dias e na alegria deles em rever Dom Messi. E como foi bom. E como é bom lembrar disso.
Desculpem-me a sinceridade. Quando o coração fala é assim. Não vivemos sem fazer memória. E a vida desses padres me ajuda a rezar. Os ecos do sim deles chegam até hoje na minha vida. Por isso e por tudo, padre Luís, obrigado! Obrigado. O Senhor nos amou, amou Aracaju. E sua vida provou isso. Descanse em Cristo! E daqui dizemos e queremos continuar dizendo como a Irmã Miria Kolling: “tudo por causa de um grande Amor. Tudo”.
Pe. Anderson Gomes é pároco da paróquia São Pedro Pescador (Bairro Industrial, Aracaju).