Anunciar o Evangelho e doar a própria vida (1Ts 2,8)

Nos revezes do meu Industrial tenho encontrado salvação. De que modo? "Anunciando o Evangelho e doando a própria vida (1Ts 2,8)." Essa palavra me fez memória daquele 30 de outubro de 2017... Meu Diaconato. Ainda sou...
Estou embaixo da ponte e quero ser ponte. Que os muros caiam por terra. Qualquer tipo de preconceito: racial, cultural, religioso, sexual, social, linguístico, etc. Ah, essa matéria é sim, religiosa e diz respeito ao Evangelho. Dissociar o Cristo da fé do histórico, ou o contrário, não é o caminho para homens e mulheres de Fé!
Debates meia boca não fazem parte de um caminho maduro de fé. A única disputa para quem diz crer em Cristo é vencer no Amor, amando. Ao modo da Cruz. Loucura para o mundo! Sem anátemas! Cristo Belo, Cristo que tem cheiro, Cristo que inebria, Cristo ferido, Cristo com Rosto ferido. Nas ruas do meu Industrial, repito. Ressuscitado. Para além das nossas conjecturas! Como diria os teólogos, místicos e humanos: Deus é o não É. Atenção! Eu fui beijado por Ele e creio piamente na Sua Santa Palavra... E beijando Sua Santa Paixão estou crucificado com Ele, com meu Povo, com suas dores e anseios. O contrário é heresia. Agnóstica ou pelagiana.
Cito Papa Francisco: "A santidade é o rosto mais belo da Igreja”. Mas, mesmo fora da Igreja Católica, e em áreas muito diferentes, o Espírito suscita “sinais da sua presença, que ajudam os próprios discípulos de Cristo”.
Por outro lado, São João Paulo II lembrou-nos que o “testemunho, dado por Cristo até ao derramamento do sangue, tornou-se patrimônio comum de católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes”. Na sugestiva comemoração ecumênica, que ele quis celebrar no Coliseu durante o Jubileu do ano 2000, defendeu que os mártires são “uma herança que fala com uma voz mais alta do que os fatores de divisão” (Gaudete Et Exsultate, n.9).
Pe. Anderson Gomes é pároco da paróquia São Pedro Pescador, no Bairro Industrial, Aracaju
Foto: Pe. Anderson Gomes