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Seminários de Sergipe marcam presença em Curso para Reitores e Formadores, em Roma



Três sacerdotes que integram a equipe formativa do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição e do Seminário Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus participam, desde o dia 7 de novembro, em Roma, do Curso para Reitores e Formadores de Seminários Latino-americanos. Fazem parte dessa delegação os padres Carlos Henrique e Ronny Dennysson, reitor e diretor acadêmico do Seminário Maior, além do padre Edivaldo Santana, reitor do Seminário Propedêutico. A diocese de Estância também é representada pelo padre Genivaldo dos Santos, reitor do Seminário Propedêutico Nossa Senhora de Guadalupe.


Organizado pelo Dicastério para o Clero, o curso faz parte de uma programação comemorativa do 30º ano da Exortação Apostólica Pós Sinodal Pastores Dabo Vobis, de São João Paulo II. A programação se estende até sábado, dia 19.


Audiência com o papa Francisco


Um dos momentos mais comemorados pelos participantes foi um encontro especial com o Papa Francisco. Para o Santo Padre, o próprio Deus é quem torna possível que os seminaristas se tornem sacerdotes santos, tão necessários para a evangelização “nas próximas décadas”.


O Papa Francisco deu sete chaves para formar sacerdotes santos:


1. Formação com caráter comunitário


“A formação sacerdotal tem um caráter eminentemente comunitário desde sua origem; a vocação para ao sacerdócio é um dom que Deus dá à Igreja e ao mundo, um caminho para santificar-se e santificar os outros que não deve ser seguido de maneira individualista, mas sempre tendo como referência uma porção concreta do Povo de Deus", disse o papa. “Digo a vocês que um dos desafios mais relevantes que as casas de formação sacerdotal enfrentam hoje é o de serem verdadeiras comunidades cristãs”.


“O que implica não só um projeto formativo coerente, mas também um número adequado de seminaristas e formadores que garantam uma experiência realmente comunitária em todas as dimensões da formação”, disse ele.


“Este desafio exige muitas vezes o empenho em criar ou consolidar seminários interdiocesanos, provinciais ou regionais”, inspirados “nas orientações atuais da Igreja”.


2. Integrar os dons da graça e a natureza ferida


“Nos seminaristas, como em cada um de nós, interagem e coexistem dois aspectos que devem ser integrados reciprocamente, os dons da graça e os traços da natureza ferida; o serviço que vocês devem fazer é justamente unir as duas realidades em um caminho de fé e amadurecimento integral”, disse o papa Francisco.


O papa disse que não se deve formar "super-homens", mas sim "homens que sigam humildemente o processo escolhido pelo Filho de Deus, que é o caminho da Encarnação".


Para Francisco, “as motivações vocacionais autênticas, ou seja, o seguimento do Senhor e a instauração do Reino de Deus, são a base de um processo humano e espiritual”.


3. Leitura de fé da própria história


“Uma das tarefas mais importantes no processo de formação de um sacerdote é a leitura gradual e religiosa de sua própria história”, disse o papa Francisco. “Cada seminarista, primeiro, e cada sacerdote depois, com diferentes acentos e nuances, deve atualizá-lo constantemente, especialmente nos momentos mais significativos de seu próprio caminho sacerdotal”.


Para Francisco, "o contraste com quem o acompanha neste processo, tanto no foro interno como no foro externo, permitirá superar qualquer tentação de autoengano subjetivo e abrirá a avaliação para perspectivas muito mais amplas e objetivas".


4. Os formadores educam com a vida


Para o papa, “é preciso estar conscientes do impacto formativo que a vida e o ministério dos formadores exercem sobre os seminaristas. Os formadores educam com suas vidas, mais do que com suas palavras”.


“Um saudável amadurecimento humano, coerente com a consolidação da própria vocação e missão, que inclui a normal superação das dificuldades e dos períodos de crise, permite ao sacerdote formador renovar constantemente as bases sobre as quais se sustenta a sua configuração com Cristo, Servo e Bom Pastor”, escreve o papa. “A harmonia humana e espiritual dos formadores, particularmente do reitor do seminário, é uma das mediações mais importantes no acompanhamento formativo”.


5. Formação na capacidade de escuta e diálogo


Francisco disse que "um dos indicadores de maturidade humana e espiritual é o desenvolvimento e a consolidação da capacidade de escuta e da arte do diálogo, que estão naturalmente ancorados a uma vida de oração, onde o sacerdote dialoga com o Senhor todos os dias, mesmo nos momentos de aridez e confusão”.


“A disposição a escutar e a ter empatia com os outros, mais do que um instrumento de evangelização, é precisamente o ambiente onde germina, floresce e dá frutos”, acrescentou.


Francisco falou da "importância de nos voltarmos para Jesus todos os dias, ajoelhados e em sua presença aprendendo com Aquele que é manso e humilde de coração, para que pouco a pouco nosso coração aprenda a bater ao ritmo do coração do Mestre".


6. O papel formativo do reitor


O papa Francisco disse que o reitor de um seminário “deve expressar uma preocupação constante por cada um dos formadores, mantendo um diálogo aberto e sincero sobre sua vida e serviço”.


Isto, “sem deixar de fazer eco aos aspectos mais pessoais de que muitas vezes depende a superação dos problemas que possam surgir no seio da equipe formadora”.


“Tenham presente que os formadores são para o reitor do seminário seus irmãos mais próximos, a quem o exercício da caridade pastoral deve ser dirigido de forma privilegiada”, disse.


7.O acompanhamento formativo e espiritual dos formadores


O papa falou da importância do "acompanhamento formativo dos formadores", para que tenham ampla ajuda em sua tarefa para que "cada futuro pastor possa ir discernindo e consolidando não só uma vocação genuína ao sacerdócio, mas também o caminho pessoal e irrepetível que o Senhor traçou para ele viver e se exercitar”.


Essa ajuda pode ser dada por outras pessoas ou especialistas, não apenas por padres, disse o papa Francisco.


Na foto, a delegação sergipana aparece ao lado do Cardeal Dom João Braz de Avis, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida.

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